Insígnias de Praxe: A Moca


A moca é, com certeza, a Insígnia de Praxe que observamos com maior frequência no nosso dia-a-dia praxístico. Seja na mão, ou apoiada no ombro, dá ao seu portador um ar imponente característico. E, embora assim o seja, é também a Insígnia que mais dúvidas suscita relativamente à data da sua adoção por parte dos Estudantes.

Tendo origem Pré-Histórica, como arma de caça e de defesa, a sua adoção pelos Estudantes da Academia Coimbrã remonta às origens da Universidade. 

Não podendo ter pregos ou picos eriçados e apresentando, tradicionalmente, uma cabeça redonda ou oval lisa, terá visto o seu uso intensificado devido à proibição de espadas, punhais e armas de fogo em meios extra-militares.

No início do século XX, a moca era também usada como símbolo de poder dos veteranos, sendo que, em situações de arruamento, era tapada pela capa ou colocada em bolsos fundos da batina.

Muito utilizada em contexto de trupe, viu-se protagonista nos combates entre os membros destas e os anti-trupistas. Para além deste facto, também a podíamos ver ser usada em caçadas que os Estudantes faziam nos campos dos arredores da cidade de Coimbra.

Sendo, sem dúvida, um instrumento acarinhado pelo seu detentor, era, habitualmente, guardado pelo mesmo no seu quarto de dormir.

Após uma breve passagem pelas práticas praxísticas na FML, podemos denotar que, com efeito, as mocas usadas pelos seus Estudantes, não se assemelham àquelas usadas tradicionalmente, uma vez que não possuem cabeça redonda ou oval lisa, tendo sido, até há poucos anos, contra o Código de Praxe. No entanto, atualmente encontram-se de acordo com o mesmo, podendo ser envergadas.

Por fim, a moca é também um símbolo popular de virilidade, devido à sua forma fálica, como observamos nos termos “mocar” ou “dar uma mocada”. No entanto, no meio estudantil, a moca vem também associada ao chumbo, tendo “apanhar uma moca” sido equivalente a “apanhar uma raposa” ou “gata”, significando que o aluno teria reprovado, provavelmente devido à semelhança de forma com o número 9, nota negativa.

Sendo, atualmente, desprovida do simbolismo passado, apresenta-se como uma Insígnia de Praxe muito querida pelos Estudantes, num revivalismo e sentimentalismo próprio destes anos.

Referências: https://notasemelodias.blogspot.com/2009/07/notas-sobre-origem-das-insignias-de.html


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