Quintas-Feiras Negras

Todos os estudantes que por cá andam sabem que, algures desde o início de Outubro e até finais de Dezembro, sensivelmente uma vez por semana sai uma convocatória. Ocasionalmente, duas ou três vezes no início do segundo semestre acontece o mesmo. Este costume remonta ao ano de 2011.

Todos os Veteranos e Doutores são convidados e os caloiros convocados a comparecer pelas 20h30 em determinado local. Na maioria das vezes junto da estátua de Egas Moniz, na Faculdade de Medicina, outras vezes no Estádio Univeristário, ou ainda na Reitoria.

Assim se iniciam as Quintas-Feiras Negras. Apesar do seu nome, acabam por ocorrer também à terça e quarta-feiras, por este representar um conceito e não um dia da semana: que o negro do nosso Traje nos acompanhe mais regularmente,  mesmo quando não há Quinta-Feira Negra.

As Quintas-Feiras Negras surgiram da necessidade de falar sobre Praxe, de preencher o vazio entre as primeiras semanas (em que ocorriam atividades Praxísticas diariamente) e a altura do batismo (que na FML se realiza em Março). Surgiram da necessidade de recuperar a Praxe, que é dos e para os estudantes, de explorar o que é, de falar do Código de Praxe, de falar de Fado, de História, de Tradição Académica. Surgiram da vontade de não deixar que o falar de Praxe, o pensar em Praxe, o viver a Praxe, se limitassem à binaridade do início do ano e da altura do batismo, principalmente numa altura em que não existia uma Queima como hoje a conhecemos.

Assim, durante algumas horas, os alunos juntam-se na tentativa de falar de Praxe, e não apenas praticar gozo ao caloiro. O regime varia muito, podendo ser mais sério ou mais jocoso. Por vezes há um tema comum, outras vezes é improvisado. No entanto, ultimamente, o objetivo tem sido deixar de haver um tema, possibilitando que cada estudante possa não só falar sobre Praxe, e praxar, mas também estar em Praxe.

As Quintas-Feiras Negras, pelo seu papel mais sério e ponderado comparativamente às vivências do início do ano, apelam-nos a sermos maiores. Apelam-nos a querer ser mais por esta Faculdade, mais por esta Casa, mais por esta Academia. Fazem-nos pensar nas questões que, talvez, nunca nos assaltariam a cabeça se não fôssemos postos em situações que nos levam a refletir sobre elas.

Não nos deixemos cair no conformismo. Continuemos, sempre, a desafiar-nos a pensar cada vez mais nas questões que têm que ser feitas e que nos permitem continuar a seguir em frente. Não tenhamos medo de ser maiores, e tenhamos a coragem de usar uma das mais bonitas tradições da nossa Casa.

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