Cafés Académicos | Dra Cabide




 Quando se sentam à mesa aqueles que procuram saber e aqueles que tanto têm para oferecer, o café será sempre só uma desculpa. 

Neste primeiro café, cedemos aos impulsos da incessante busca pelos primórdios da Praxe Académica na nossa Casa, sonhando perceber como chegámos àquilo que vivenciamos hoje. Para isso, conversámos com a Dra Joana “Cabide”, aluna do 9-15, membro da Comissão de Praxe da Faculdade de Medicina de Lisboa (CPFML) entre 2011 e 2014, atual médica de Medicina Geral e Familiar.


Como começou a CPFML?

No Ano Praxístico em que a Dra Joana “Cabide” foi Caloira, 2009/2010, colocou-se em prática o projeto Comissão de Praxe da Faculdade de Medicina de Lisboa (CPFML), já há muito idealizado. Ocorreu no segundo Período Praxístico do respetivo ano, quando o grupo de pessoas que deram forma a esta ideia tornaram o Batismo, e o seu jantar prévio, um momento organizado, acompanhando-o da apresentação do primeiro Código de Praxe da nossa Faculdade.


Como foi recebida a CPFML pela Comunidade Praxística?

Previamente a este movimento, a Praxe na FML era algo disperso: o Traje Académico era envergado por uns, outros substituíam-no por uma bata e mobilizavam espontaneamente os Caloiros, não havendo Atividades Praxísticas organizadas. Desta forma, não foi com agrado que a Comunidade da nossa Faculdade recebeu esta notícia e foram muitas as pessoas que se afastaram da Praxe Académica por lhe ter sido dado um novo significado e estrutura, especialmente devido às regras impostas pelo novo Código de Praxe.


Em que se basearam para a redação do Primeiro Código de Praxe da Faculdade de Medicina de Lisboa?

Uma vez que a Dra Joana “CXI+I” (membro da 1a CPFML e que, na época, se encontrava no 3o ano) tinha estudado um ano na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), o primeiro Código de Praxe da FML baseou-se no Código de Praxe da Academia do Porto daquela altura.


Como surgiu o Magnum Consilium Veteranorum da Academia de Lisboa (MCV)?

Em 2011, durante um Churrasco do Técnico, numa conversa entre o Dr Dagmarvs, o Pretvs, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), e o Dr Xu, do Instituto Superior Técnico (IST), surgiu a ideia de unificar a Praxe Académica da cidade de Lisboa. Assim, originou-se a Academia de Lisboa, regida pelo Magnvm Consilivm Veteranorvm Vniversitas Olissiponensis. Nesta primeira tentativa da criação da Academia de Lisboa, através de contactos diretos, foi possível juntar a FMUL, a FMVUL, o IST e o IGOT.

Assim sendo, por que é que a criação do MCV só se concretizou em 2014?

Devido a desentendimentos internos, a Academia acabou por ser dissolvida. No ano seguinte, houve uma nova tentativa, mas, desta vez, as casas que integrariam o projeto seriam a FMUL, a FMVUL, o IST e a FFUL. No entanto, mais uma vez, o projeto não se concretizou. Só posteriormente, em 2014, surgiu o que agora conhecemos como MCV, contando com a FMUL, a FMDUL, a FMVUL e o IST.


A Comunidade Praxística da FML alguma vez se mostrou relutante à criação da Academia de Lisboa?

Uma vez que o MCV não teve repercussões diretas na dinâmica interna, a Comunidade Praxística da nossa Casa não revelou, em nenhum momento, revolta perante a procura de uma Academia de Lisboa.


A Dra Joana “Cabide” presenciou os anos de maior evolução da Praxe Académica na nossa Casa e até mesmo da cidade de Lisboa, servindo de olhos e ouvidos do passado, reportado ao presente.

Durante este café, foi-nos relembrando que embora esta fosse a nossa história, são todos os membros da Comunidade Praxística atual que transformam, todos os dias, a Praxe Académica na FML e na Academia de Lisboa, sendo responsáveis por perpetuá-la e tendo o poder de lhe atribuir novos significados, sendo parte ativa e tomando esta pelas próprias mãos.

E no meio de tantas perguntas... O café foi mesmo apenas a desculpa ideal para ficarmos a saber tanto. Despedimo-nos, por agora, e até um próximo café!

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