Reuniões Gerais de Praxe e a Origem do Cargo de Dux Facultatis na Faculdade de Medicina de Lisboa

As Reuniões Gerais de Praxe da nossa Faculdade terão tido início do Ano Praxístico 2011/2012 “com o intuito de discutir temas relacionados com a Praxe e debater alguns assuntos com vista à harmonização máxima do funcionamento da mesma.” Ao mesmo tempo que a Comunidade Praxística da nossa Casa procurava entender os moldes em que podia fazer a sua voz ser ouvida, era também uma preocupação da Comissão de Praxe da Faculdade de Medicina de Lisboa (CPFML) demonstrar que era do seu máximo interesse a procura desta opinião. “Esta actividade visa todos os membros praxistas da FML aos quais a CP da FML convida e incentiva à sua presença no evento com vista a manifestarem a sua opinião.”

Na altura apelidadas de RGPraxe, foram vistas como oportunidades de discutir Praxe por Praxe, talvez por esta ainda se encontrar em fixação na nossa Casa, visto que os seus moldes haviam sofrido uma mudança algo brusca aquando da implementação da CPFML, apenas dois anos antes. Apesar de não termos encontrado registos da Ordem de Trabalhos da I RGPraxe, podemos confirmar o anteriormente referido através do cartaz da segunda:


A dedicação a estes momentos era notória nos cartazes de convocatória, que, infelizmente, não se viram perpetuados, mas que representam uma memória institucional única.


Rapidamente se percebeu que estes momentos de reunião formal de alunos poderiam ser implementados para discutir também aquilo que impactaria diretamente a sua forma de estar em Praxe, e as Ordens de Trabalhos passariam a incluir assuntos como “Código de Praxe”, “Quintas-Feiras Negras”, “Julgamentos”, “Serenata Monumental”. 

No Ano Praxístico 2014/2015, foi introduzido o tópico “Dux Facultatis”, levado, na altura, a debate pelo Veterano Leonardo "Portimavs" e pelos Doutores Crava, Viriato, Sedutora, Tradutora e Panda, procurando, pela primeira vez, averiguar, junto da Comunidade, a sua pertinência. 

Os Veteranos e Doutores acima referidos apresentaram os seguintes pontos de discussão:


O tópico não havia sido abordado até então devido aos seguintes argumentos: “não sermos uma faculdade muito grande, não termos um grande número de veteranos, de ninguém ser reconhecido por todos e que não teria lógica no nosso curso.”

No entanto, a realidade era que esta figura, “nos últimos anos, em termos “práticos” corresponderia à pessoa mais velha da CP.” Deste modo, ao encarar o cargo de Dux Facultatis como uma realidade, a pessoa que o ocupasse passaria a possuir obrigações, tais como “ser a pessoa que representa tanto a CP como a comunidade praxística”, preocupando-se em conciliar os ideais de ambas, conseguindo “justificar o porquê das coisas bem como as decisões tomadas.”

Já na altura, os seus métodos de eleição suscitaram dúvidas, poderia “ser eleito pela CP, por votos, ou então após a opinião da comunidade praxística numa RGPraxe face a duas ou três pessoas, constituindo uma “posição de conselho” sem carácter deliberativo, sendo um dos seus aspetos negativos a sua difícil calendarização.” “Colocou-se ainda a possibilidade de criar um espaço prévio de opinião.” A verdade é que, mesmo passados 10 anos, ainda não se alcançou o ideal, que satisfaça a totalidade da Comunidade Praxística.

Assim, surge a segunda questão que perdura até aos dias de hoje, a possibilidade de o cargo não ser preenchido. Os, à data, proponentes desta discussão, afirmavam que seria “o objetivo da sua criação estar garantida uma continuidade” e que “esse cargo corresponderia sempre à melhor pessoa para ocupar o mesmo, não sendo o objetivo criar cargos para pessoas em específico.”

Esta terá sido uma discussão mais longa do que aquilo que conseguiríamos transcrever aqui, afinal, apenas cinco anos mais tarde o cargo de Dux Facultatis se tornou uma realidade na Praxe da FML, tendo se observado o envolvimento integral da Comunidade Praxística da FML no debate deste tópico.

Concluímos assim que, por mais anos que passem, continuarão a existir opiniões diferentes e discordantes na nossa Casa que tem uma Comunidade tão diversa e com um pensamento crítico de que nos orgulhamos. Desde cedo, foi procurado dar-lhe espaço para que pudesse ser ouvida. As RGPraxe ou RGPs, ou qualquer que seja a sigla a estas atribuída, deverão sempre ser vistas como espaços de debate de novas ideias para que, juntos, possamos continuar a evoluir.


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