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Canção de Coimbra

Enquadramento geral A canção de Coimbra, é uma designação atribuída a um conjunto muito vasto e diversificado de géneros e práticas musicais associadas sobretudo, mas não só, à tradição académica da Universidade de Coimbra. Apesar de serem utilizadas outras denominações para as tradições musicais associadas à canção de Coimbra (como fado de Coimbra, canto de Coimbra, serenata coimbrã, balada coimbrã, toada, trova…) a designação “Canção de Coimbra” permite englobar outros géneros musicais além do fado, evitando igualmente a conotação exclusiva com o fado de Lisboa. Essencialmente uma tradição masculina protagonizada por estudantes, professores e futricas , a canção de Coimbra constitui um conjunto de práticas musicais com raízes e desenvolvidas em contexto universitário. As origens e o desenvolvimento histórico do género ainda necessitam de um estudo mais aprofundado e sistemático. A sua génese está no fado de Lisboa, mas a partir da transição para o século XX e durante as duas primeira...

Ameaças à morte da Praxe

A Praxe Académica tem atravessado diferentes períodos de crise ao longo da história, ora sendo abolida por decisões institucionais, ora enfrentando resistência de movimentos estudantis e sociais, até mesmo amolgando-se por visões sensacionalistas da comunicação social ou pela falta de envolvimento de quem, hoje, a faz acontecer. Questionamo-nos se o olhar do atual estudante trajado reflete um iminente e inevitável luto pela morte da Praxe Académica ou, quem sabe, se esta simples metáfora de um luto pela Praxe reflete a impossibilidade desta “morte anunciada”.  A Praxe foi proibida, pela primeira vez, em 1727, pelo rei D. João V, após a morte de estudantes nas “Investidas aos Novatos”, consequência de comportamentos violentos daqueles que, ao abrigo do Foro Académico, viviam na impunidade face à justiça. Apesar da interdição, a Praxe sobreviveu na clandestinidade e voltou a ganhar força ao longo do tempo. Com o fim do Foro Académico, em 1834, os estudantes sentiram a necessidade de ...

Insígnias de Praxe: A Colher

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Na correria dos dias, não damos conta de que as Insígnias que nos rodeiam contam histórias e remetem para um passado repleto de misticismo, talvez distante da realidade Praxística atual. A Colher de Praxe faz parte de um conjunto de elementos emblemáticos, cuja origem, embora incerta, remete para práticas simbólicas.     Entre mitos, tradições e especulações, onde se encaixa a origem da Colher e qual a sua relação com o Estudante?   Calcula-se e, muitas vezes, estabelece-se uma ligação causal entre a colher de pau, utilizada por mendigos para pedir esmola, e a Colher de Praxe. Porém, esta origem não é completamente certa. Sabe-se que na Península Ibérica, desde a Idade Média, se praticava o costume da oferta de sopa a quem precisava, nos quais, possivelmente, se incluíam estudantes menos abastados. A colher de pau era, assim, utilizada como acessório, surgindo na aba do chapéu, no peito do vestuário ou mesmo em cestos, daqueles que procuravam sustento. Gírias como “S...

Reuniões Gerais de Praxe e a Origem do Cargo de Dux Facultatis na Faculdade de Medicina de Lisboa

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As Reuniões Gerais de Praxe da nossa Faculdade terão tido início do Ano Praxístico 2011/2012 “com o intuito de discutir temas relacionados com a Praxe e debater alguns assuntos com vista à harmonização máxima do funcionamento da mesma.” Ao mesmo tempo que a Comunidade Praxística da nossa Casa procurava entender os moldes em que podia fazer a sua voz ser ouvida, era também uma preocupação da Comissão de Praxe da Faculdade de Medicina de Lisboa (CPFML) demonstrar que era do seu máximo interesse a procura desta opinião. “Esta actividade visa todos os membros praxistas da FML aos quais a CP da FML convida e incentiva à sua presença no evento com vista a manifestarem a sua opinião.” Na altura apelidadas de RGPraxe, foram vistas como oportunidades de discutir Praxe por Praxe, talvez por esta ainda se encontrar em fixação na nossa Casa, visto que os seus moldes haviam sofrido uma mudança algo brusca aquando da implementação da CPFML, apenas dois anos antes. Apesar de não termos encontrado re...